Existem diversos modelos e configurações disponíveis no mercado, cada um projetado para atender diferentes necessidades logísticas, desde pequenos percursos até longas viagens em rodovias e estradas de terra.

Além da capacidade de carga, fatores como tipo de terreno, consumo de combustível, manutenção e legislação de transporte devem ser levados em conta na hora de selecionar o veículo ideal. Caminhões bitrucks, carretas LS e rodotrens são algumas das opções mais utilizadas para esse tipo de transporte, cada um com suas vantagens e desvantagens. Entender as diferenças entre essas configurações ajuda produtores, transportadoras e autônomos a tomarem decisões mais assertivas.

Outro fator relevante é a tração do veículo. Enquanto caminhões 6x4 são mais robustos para percursos difíceis, veículos 6x2 e 8x2 podem ser mais vantajosos para operações rodoviárias de longa distância. Além disso, as recentes inovações tecnológicas em motores e sistemas de controle de carga têm permitido um transporte mais eficiente, sustentável e econômico. A seguir, detalhamos as principais opções de caminhões para o transporte de grãos no Brasil.

Bitrucks: A Versatilidade Para Cargas Moderadas
Os caminhões bitrucks (8x2) são bastante utilizados para o transporte de grãos em médias distâncias. Eles possuem dois eixos na parte traseira, sendo um deles suspensor, o que permite maior capacidade de carga em comparação com um truck convencional (6x2). Essa configuração oferece maior estabilidade e menor desgaste dos pneus quando o veículo está vazio, já que o eixo pode ser levantado.

Uma vantagem dos bitrucks é o menor custo operacional em relação a carretas e rodotrens, além da maior facilidade para manobras em armazéns e silos agrícolas. Modelos como o Mercedes-Benz Atego 2426 8x2 e o Volkswagen Constellation 30.330 são exemplos populares no Brasil. No entanto, sua capacidade de carga é menor quando comparada a configurações maiores, o que pode limitar sua eficiência em operações de alto volume.

Os bitrucks são indicados para produtores que fazem entregas regionais ou precisam percorrer estradas vicinais de difícil acesso, onde carretas longas podem ter dificuldades. Além disso, para aqueles que buscam menor custo inicial e mais flexibilidade no transporte, essa pode ser uma escolha viável.

Carretas LS: O Equilíbrio Entre Capacidade e Economia
As carretas LS (Linha Semi-Reboque) são uma das opções mais comuns no transporte de grãos em longas distâncias. Com tração 6x2 ou 6x4, esse tipo de caminhão acoplado pode carregar em média 37 toneladas de carga útil, sendo uma alternativa equilibrada entre capacidade e eficiência de combustível.

Os modelos Volvo FH 460 6x2 e Scania R450 6x2 são amplamente utilizados para esse tipo de transporte, pois oferecem um bom consumo de diesel e potência suficiente para encarar rodovias com subidas íngremes. Além disso, a configuração permite distribuição mais eficiente da carga sobre os eixos, reduzindo o desgaste e melhorando a estabilidade do conjunto.

A desvantagem das carretas LS está na necessidade de motoristas habilitados na categoria E, além das restrições de circulação em algumas rodovias e centros urbanos. No entanto, para transportadoras e produtores que precisam levar grãos para portos e grandes centros distribuidores, essa é uma das melhores opções disponíveis no mercado.

Rodotrens: A Melhor Escolha Para Grandes Volumes
Quando se trata de grandes volumes de grãos, os rodotrens (9 eixos) são imbatíveis em termos de capacidade de carga. Com um cavalo mecânico 6x4 tracionando dois semirreboques acoplados, esses veículos podem transportar até 74 toneladas brutas (PBTC), sendo a escolha ideal para escoamento de safras em grandes distâncias.

Os modelos Volvo FH 540 6x4 e Scania G540 6x4 são os mais utilizados nesse segmento devido à sua potência e eficiência energética. O motor mais forte e a tração integral nos eixos traseiros garantem melhor desempenho em trechos com subidas e estradas de terra, típicas das regiões agrícolas do Brasil. Além disso, muitos desses caminhões vêm equipados com tecnologia de controle de torque e assistência de tração, o que ajuda na economia de combustível e melhora a dirigibilidade.

O grande desafio dos rodotrens está nas restrições de circulação em rodovias e áreas urbanas, além da necessidade de motoristas experientes e habilitados para esse tipo de composição. No entanto, para transportadoras que operam em rotas definidas e possuem contratos de alto volume, essa configuração é a mais rentável a longo prazo.

Conclusão
A escolha do caminhão ideal para o transporte de grãos no Brasil depende de fatores como volume de carga, tipo de estrada, custo operacional e necessidade de flexibilidade na operação. Bitrucks são ideais para pequenas e médias operações, carretas LS oferecem um bom equilíbrio entre carga e eficiência, enquanto rodotrens são a melhor opção para longas distâncias e alto volume de transporte.

Investir no caminhão correto não apenas melhora a logística da produção agrícola, mas também reduz custos operacionais e garante maior segurança no transporte. Com a evolução da tecnologia e novas regulamentações de transporte, os produtores e transportadoras devem sempre estar atentos às inovações para manterem sua competitividade no mercado.